UMA FAMÍLIA, UM CONFLITO E UM RISCO DESNECESSÁRIO À SOBERANIA NACIONAL

🗣️ "Enquanto uma família articula nos bastidores, o Brasil recebe uma afronta direta à sua soberania em um conflito internacional movido por interesses pessoais." Sobre a autora: Lisdeili Nobre é comunicadora, professora e cronista política. Atua na análise de conjunturas nacionais com olhar crítico e sensível aos impactos sociais das decisões do poder. Defensora da democracia, do fortalecimento institucional e da soberania brasileira, escreve semanalmente sobre os bastidores da política e os rumos do país.

✍️ Por Lisdeili Nobre – Cronista e Analista Política

7/19/20252 min read

Os fatos recentes envolvendo a família Bolsonaro, os Estados Unidos e a resposta institucional do Supremo Tribunal Federal acendem um alerta preocupante: estamos diante de um conflito internacional desnecessário, fabricado por interesses pessoais que colocam em risco não só a economia, mas também a soberania do Brasil.

Tudo começa com a presidência de Jair Messias Bolsonaro, marcada pelo negacionismo científico — sobretudo em relação à vacina contra a COVID-19 — e por ataques sistemáticos às instituições democráticas, especialmente ao Supremo Tribunal Federal, órgão responsável por equilibrar os excessos do Executivo e garantir a constitucionalidade dos atos estatais.

Bolsonaro governou por meio de decretos, tensionando diariamente o país. As relações internacionais foram prejudicadas por uma condução ideológica e isolacionista, que fragilizou a imagem do Brasil no cenário global. Ainda assim, a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas foi apertada, evidenciando uma nação dividida.

Agora, com o ex-presidente sob investigação e quase em prisão domiciliar — monitorado por tornozeleira eletrônica e com restrições judiciais —, surge uma manobra preocupante: Eduardo Bolsonaro viaja aos EUA para costurar articulações com a extrema-direita americana, na tentativa de tornar o pai elegível em 2026. O pano de fundo seria uma possível anistia institucional, passando por cima da justiça brasileira.

A resposta veio com firmeza. O STF, por meio de medidas cautelares, demonstrou que a soberania nacional não está à venda. Contudo, os riscos seguem. Uma escalada de trocas diplomáticas mal calculadas pode agravar ainda mais a situação. O Brasil não pode se transformar em campo de batalha de uma família e seus interesses políticos.

A pergunta que fica é: Donald Trump estaria usando a família Bolsonaro como peões em seu tabuleiro eleitoral e geopolítico? O ex-presidente americano já demonstrou interesse em ampliar sua influência na América Latina. E o Brasil, com seu potencial econômico, suas reservas estratégicas e sua posição geopolítica privilegiada, pode estar no centro desse jogo.

O que está em jogo não é apenas a reputação de um grupo político, mas a estabilidade institucional, a confiança dos mercados e a autonomia de um país continental. É preciso que o Brasil, por meio de seus poderes constituídos, mostre que sua democracia não será sequestrada — nem por dentro, nem por fora.

Se a crise diplomática se aprofundar, os principais prejudicados serão os brasileiros e brasileiras, que já enfrentam uma economia fragilizada, alta no custo de vida e insegurança social. O país precisa de pontes, não de muros; de soberania, não de subordinação.

O tempo da impunidade política travestida de patriotismo precisa acabar. O Brasil é maior do que qualquer família.