Tribunal de Contas da União Aponta Falhas: Onde foi parar o dinheiro da reconstrução?

Ainda está viva na memória itabunense a tragédia das enchentes de 2021. Famílias inteiras perderam suas casas, sua segurança, seus lares. Muitos ainda não se recuperaram. Naquele dezembro devastador, foi decretado estado de emergência, e o Governo Federal liberou recursos para reconstruir os lares totalmente destruídos.

Quase quatro anos depois, Itabuna coleciona perguntas no lugar de respostas. Qual foi o destino do dinheiro destinado à reconstrução? Mais de R$ 80 milhões foram anunciados para a construção de quase 700 moradias populares. Mas quantas casas, de fato, saíram do papel? Onde estão essas moradias?

Enquanto a cidade tenta seguir, a chuva segue ameaçando. Estamos preparados para outras enchentes? O Plano Municipal de Contingência foi atualizado, há mapeamento de áreas de risco e promessas de monitoramento meteorológico com alertas em tempo real. Mas o que dizer das áreas ribeirinhas, onde crianças brincam ao lado de esgoto e famílias vivem à beira do medo?

As áreas ribeirinhas têm o mesmo cuidado da agenda pública das praças do centro da cidade? Quando a enchente passou, ela não levou apenas bens materiais — levou a confiança. E, agora, as contas não devidamente justificadas perante o Tribunal de Contas da União podem dificultar novos investimentos em um município onde falta emprego, sobretudo para os jovens.

A pergunta inevitável ecoa: como você avalia a gestão de Augusto Castro — efetiva ou ilusória? De um lado, há esforços de planejamento, iniciativas emergenciais e narrativas de reconstrução. De outro, condenações por má gestão de recursos, lentidão nas obras prometidas e o silêncio nas comunidades mais afetadas.

É preciso mais do que decretos e notas oficiais. É preciso reconstruir a confiança. E essa, nenhuma verba federal compra.