Justiça garante candidatura de Nina Germano à presidência do PT em Itabuna
Nina Germano vence na Justiça e garante sua candidatura à presidência do PT de Itabuna
Redação Afirmativa
6/30/20252 min read


A professora e militante Nina Germano obteve uma vitória significativa na manhã desta segunda-feira (30). A Justiça deferiu sua candidatura à presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) de Itabuna, após o diretório municipal da legenda ter indeferido seu registro alegando supostas pendências financeiras. A decisão, agora revertida judicialmente, garante a participação de Nina na eleição marcada para o próximo 6 de julho, na qual disputará o cargo com Jackson Moreira. O diretório ainda pode recorrer da decisão no prazo de 15 dias.
Nina, que tem trajetória marcada pela defesa da educação pública, da justiça social e da inclusão, representa muito mais do que uma candidatura interna: ela simboliza o enfrentamento a um sistema político ainda profundamente excludente para as mulheres — inclusive dentro dos partidos progressistas.
Segundo dados levantados por Lisdeili Nobre, coordenadora do Grupo Mulheres Políticas de Itabuna, as eleições de 2024 elegeram apenas 724 prefeitas em todo o Brasil, o que representa apenas 13% das gestões municipais. No Legislativo, foram 1.065 vereadoras eleitas, correspondendo a 18% das cadeiras nas Câmaras Municipais.
Além dos números reduzidos, Lisdeili alerta para outra desigualdade estrutural:
“As mulheres raramente compõem comissões estratégicas como as de orçamento ou infraestrutura, o que significa menos acesso a recursos de campanha, menos poder de opinar sobre políticas públicas fundamentais, e menos visibilidade institucional. Isso retira as mulheres do centro da formulação e execução de políticas públicas, aprofundando a desigualdade.”
A candidatura de Nina Germano rompe esse ciclo e reforça a urgência de ampliar a presença feminina nos comandos partidários. Em Itabuna, são mínimas as composições lideradas por mulheres nas presidências de diretórios ou na linha de frente das decisões políticas. Nina, portanto, surge como voz que desafia a lógica da instrumentalização eleitoral, em que mulheres servem apenas como nomes para preencher cotas e depois são deixadas à margem.
Lisdeili, que atua há mais de uma década na formação de lideranças femininas, conclui com um recado direto:
“Cumprimentamos Nina pela vitória na Justiça e desejamos força na disputa. Ela representa cada mulher que já foi usada como coadjuvante no jogo político, mas que agora reivindica o protagonismo que é seu por direito.”
A eleição do PT de Itabuna promete ser um termômetro não apenas da disputa interna da legenda, mas também dos rumos que a política local quer — ou não — dar à participação das mulheres.
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