Ilhéus retoma papel estratégico na indústria do trigo com reativação histórica de moinho portuário
Após quase duas décadas de silêncio industrial, o Moinho de Trigo do Porto de Ilhéus volta a ser protagonista no cenário econômico do sul da Bahia. A Companhia das Docas do Estado da Bahia (CODEBA), responsável pela administração dos portos públicos federais no estado, anunciou a reativação do equipamento que estava desativado há 17 anos. A concessão foi firmada com a empresa Jav Indústria de Alimentos, pertencente ao Grupo Maratá — gigante do setor alimentício nacional
MOINHO DE TRIGOCOMPANHIA DAS DOCAS DO ESTADO DA BAHIA (CODEBA)
Por Lisdeili Nobre | Portal Afirmativa
5/16/20252 min read


Após quase duas décadas de silêncio industrial, o Moinho de Trigo do Porto de Ilhéus volta a ser protagonista no cenário econômico do sul da Bahia. A Companhia das Docas do Estado da Bahia (CODEBA), responsável pela administração dos portos públicos federais no estado, anunciou a reativação do equipamento que estava desativado há 17 anos. A concessão foi firmada com a empresa Jav Indústria de Alimentos, pertencente ao Grupo Maratá — gigante do setor alimentício nacional.
Com investimento estimado em R$ 130 milhões, a proposta prevê a completa revitalização da unidade fabril: desde a aquisição de novos equipamentos, construção de modernos silos de armazenagem, até a recuperação da estrutura física do moinho. O objetivo é permitir uma capacidade operacional de até 120 mil toneladas de trigo por ano. A área concedida soma 16.719 metros quadrados, com direito de uso garantido por 35 anos.
Um novo ciclo industrial para o sul da Bahia
A reativação do moinho representa mais que a retomada de uma atividade industrial: é a reconfiguração de Ilhéus como um polo estratégico na cadeia produtiva do trigo. Para a CODEBA, o equipamento estava entre os ativos prioritários para devolução ao uso econômico. A Diretoria Empresarial e de Relação com o Mercado mobilizou um intenso processo de articulação nacional para atrair players do setor moageiro.
“O retorno do moinho vai muito além da atividade fabril. Ele impulsiona toda a cadeia logística do porto, dinamiza a economia local, gera empregos diretos e indiretos e atrai outros elos da indústria de alimentos para o entorno do Complexo Portuário de Ilhéus”, destacou José Demétrius Moura, diretor da CODEBA.
A previsão é que a operação fomente novas oportunidades de negócios no setor alimentício, especialmente com a instalação de indústrias que dependem da farinha de trigo como insumo básico.
Um porto com vocação estratégica
A localização geográfica do Porto de Ilhéus, aliada à sua infraestrutura logística, torna a cidade um ponto-chave para a interiorização de cargas e a atração de investimentos. Segundo o diretor-presidente da CODEBA, Antonio Gobbo, o moinho representa não apenas uma reconquista industrial, mas uma resposta a uma necessidade nacional.
“O Brasil ainda não é autossuficiente na produção de trigo, e o moinho em Ilhéus pode ajudar a reduzir esse déficit, aproveitando nossa malha portuária. É um ativo industrial valioso que estava parado há quase 20 anos. Agora, será reaproveitado com inteligência e impacto positivo para a economia regional”, avaliou Gobbo.
A decisão de reativar o moinho também dialoga com os esforços recentes de infraestrutura: no início de 2025, o Porto de Ilhéus passou por obras de dragagem de manutenção para manter a profundidade de 10 metros, garantindo acessibilidade a navios de grande porte.
A próxima etapa é a emissão da Carta de Autorização da CODEBA, que permitirá à Jav Alimentos assumir formalmente as áreas 3 e 4 do porto, onde será instalada a unidade fabril.
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