Fogos, forró e favoritos: no compasso das festas juninas, a política baiana aquece para 2026
Em clima de São João e desgaste do PT, ACM Neto se consolida como favorito ao governo da Bahia em 2026, com chances de vencer no primeiro turno.
Por Lisdeili Nobre
6/23/20253 min read


Fogos, forró e favoritos: no compasso das festas juninas, a política baiana aquece para 2026
Enquanto o milho estoura na palha e as quadrilhas ensaiam seus passos, outro tipo de arrasta-pé se desenha na Bahia: o das pré-candidaturas ao Palácio de Ondina. Em clima de festa junina — ou de pré-campanha explícita — o cenário político estadual começa a ganhar cores mais nítidas, e ACM Neto (União Brasil) surge como o favorito, embalado por um eleitorado que demonstra cansaço com a gestão do PT no estado e, especialmente, com o desgaste do governo federal.
🎯 Neto na dianteira: vitória no primeiro turno?
De acordo com as últimas pesquisas, o ex-prefeito de Salvador aparece em condições de vencer já no primeiro turno. Levantamentos como o do Paraná Pesquisas (março/2025) indicam até 50% de intenção de votos em cenários estimulados, frente aos 38% do atual governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Mesmo com 61% de aprovação do governo Jerônimo, segundo a Genial/Quaest, ACM Neto mantém uma vantagem consolidada que varia entre 4 e 20 pontos, dependendo do cenário. Sua liderança, iniciada em dezembro de 2024 com 44%, permanece estável até março de 2025, com 42%.
🧩 PT em baixa, antilulismo em alta
O favoritismo de Neto não se explica apenas por seus méritos administrativos. Há um pano de fundo que precisa ser observado: o desgaste do Partido dos Trabalhadores na Bahia, que acumula alguns dos piores indicadores do país em áreas como segurança pública, educação e saúde em diversos municípios.
Além disso, o “antilulismo” nacional vem ganhando força. A aprovação do governo Lula despencou para 24% no primeiro trimestre de 2025, com leve recuperação no segundo trimestre, mas ainda sob rejeição superior a 50%, segundo o Datafolha e o Genial/Quaest.
A polarização é evidente: evangélicos, jovens e as classes médias urbanas rejeitam cada vez mais o governo federal, o que acaba refletindo diretamente no desempenho dos candidatos petistas nos estados — inclusive na Bahia.
🧱 Neto, o articulador
Com faro político apurado, ACM Neto já articula cuidadosamente sua chapa. A escolha do vice deve refletir um equilíbrio regional e partidário, e há olhos atentos sobre o desempenho de prefeitos como Zé Coca (Jequié) e Sheila Lemos (Vitória da Conquista). Ambos podem representar reforços estratégicos no interior, onde o PT tradicionalmente teve vantagem.
Enquanto isso, Neto encomendou pesquisas internas para medir o “apetite por mudança”, evidenciando que sua campanha será altamente estratégica e orientada por dados concretos.
🌍 E no tabuleiro nacional?
As movimentações estaduais não estão descoladas do plano nacional. O enfraquecimento do lulismo favorece nomes da direita e centro-direita na corrida presidencial. Entre eles, destacam-se:
Tarcísio de Freitas (Republicanos – SP): Apesar de afirmar que não será candidato, aparece como segundo nome mais bem avaliado para presidente, segundo o Ipespe (março/25), com 35% de aceitação, atrás apenas de Lula.
Ronaldo Caiado (União Brasil – GO): Já lançou oficialmente sua pré-candidatura, com apoio da federação União Brasil–PP e um discurso centrado na segurança pública.
Ambos representam, em estilos diferentes, a consolidação de uma direita pós-bolsonarista, que tenta dialogar com eleitores insatisfeitos, mas ainda conservadores.
🎆 Conclusão: quem vai comandar o ritmo no Palácio de Ondina?
O São João ainda nem chegou, mas o “arraial eleitoral” já está armado. ACM Neto se firma como o nome mais competitivo do tabuleiro baiano, impulsionado pelo desgaste do PT, pela ascensão do antilulismo e por uma capacidade de articulação política testada e validada em Salvador.
Sua posição de liderança se consolida não apenas nas pesquisas, mas também nos bastidores, onde seu nome começa a ditar o ritmo da composição de alianças e a orientar a movimentação de outras lideranças.
Se o clima é de festa para o ex-prefeito, o PT terá que ensaiar novos passos e reconquistar o compasso eleitoral, caso queira manter acesa a fogueira que há duas décadas ilumina o Palácio de Ondina.
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