Dia do Trabalhador: Para Elas, o turno que nunca acaba
83% das mulheres acumulam emprego formal e afazeres domésticos, e 45% não têm apoio em casa, o que pode levá-las a reduzir a jornada ou sair do mercado. A falta de vagas em creches e horários incompatíveis agrava a situação. No trabalho, 58% já enfrentaram perguntas invasivas em entrevistas, 70% têm sua credibilidade questionada e 78% sentem que precisam comprovar mais qualificação que os homens. É urgente ampliar creches em turno integral, políticas de cuidado e culturas organizacionais inclusivas.
MULHERDUPLA JORNADA
LISDEILI NOBRE
5/1/20251 min read


Dupla Jornada de Trabalho e Afazeres Domésticos
Uma pesquisa do InfoJobs revelou que 83% das mulheres em idade ativa acumulam emprego formal e responsabilidades domésticas, como limpeza, cozinha e cuidados de crianças e idosos. Esse acúmulo de funções, muitas vezes invisível, aumenta o desgaste físico e mental, reduzindo o tempo disponível para lazer, autocuidado e descanso — elementos fundamentais para a qualidade de vida.
Rede de Apoio Inexistente
Quase metade (45%) dessas mulheres não conta com apoio de parceiros ou redes de suporte para dividir as tarefas de casa. Sem ajuda, elas assumem sozinhas a logística de preparar refeições, organizar a casa e acompanhar compromissos médicos de dependentes, o que gera estresse crônico e pode levar ao abandono do mercado de trabalho quando as demandas domésticas se tornam insustentáveis.
Precariedade no Regime de Creches
A oferta de vagas em creches muitas vezes não acompanha a jornada profissional das mães. Horários incompatíveis, listas de espera longas e custos elevados tornam a permanência no emprego um desafio: quem não encontra onde deixar os filhos acaba reduzindo a carga horária, aceitando posições menos qualificadas ou desistindo de oportunidades de carreira.
Credibilidade e Liderança Feminina Desvalorizadas
No ambiente corporativo, 58% das entrevistadas relataram perguntas invasivas em processos seletivos, desvinculadas de sua experiência técnica. Além disso, 70% afirmam que sua credibilidade é questionada por serem mulheres e 78% sentem que precisam demonstrar mais qualificação do que homens para assumir cargos de chefia. Essa subvalorização reflete não apenas preconceito cultural, mas barreiras estruturais que limitam o ascenso profissional feminino.
Esses dados mostram que, apesar dos avanços legislativos, persistem desigualdades profundas na divisão de tarefas e no reconhecimento da competência feminina. Para reverter esse quadro, é fundamental ampliar políticas de cuidado (como creches de turno integral), promover cultura corporativa inclusiva e reconhecer oficialmente o valor do trabalho doméstico na construção da economia.
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