📰 Memória seletiva de Mauro Cid não apaga o que compromete Bolsonaro

No palco tenso da Primeira Turma do STF, o depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, virou mais um capítulo das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. Com uma retórica marcada por expressões vagas como “acho que”, “se não me engano” e “não me lembro”, Cid buscou se distanciar das ações golpistas.

Por Lisdeili Nobre Redação Afirmativa

6/10/20252 min read

No palco tenso da Primeira Turma do STF, o depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, virou mais um capítulo das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. Com uma retórica marcada por expressões vagas como “acho que”, “se não me engano” e “não me lembro”, Cid buscou se distanciar das ações golpistas. Mas o que ele lembrou — e confirmou — compromete ainda mais o ex-presidente.

Segundo Cid, Bolsonaro leu a minuta do golpe e chegou a “enxugar o texto”, retirando nomes de autoridades que poderiam ser afetadas. Embora o militar afirme que o ex-presidente não participou diretamente da organização dos atos de 8 de Janeiro, ele admite que presenciou boa parte dos fatos que envolvem a tentativa de subverter a ordem democrática.

Afinal, quem é Mauro Cid?

Para entender o peso de suas declarações, é importante compreender o cargo que ocupava: ajudante de ordens do Presidente da República. Trata-se de uma posição altamente estratégica — e de confiança extrema. O ajudante de ordens é um oficial militar designado para acompanhar diariamente o presidente, organizar sua agenda, gerenciar documentos reservados, facilitar contatos diretos e zelar pela logística da rotina presidencial, inclusive em viagens nacionais e internacionais. Em outras palavras, é um dos olhos mais próximos do poder.

Depoimento sob tensão

Durante mais de quatro horas de audiência com o ministro Alexandre de Moraes, Mauro Cid afirmou que assinou o acordo de delação por vontade própria, negando qualquer tipo de coação da Polícia Federal. Sobre os áudios vazados para a imprensa, onde parecia recuar de sua colaboração, disse tratar-se de “desabafo para um amigo”.

Tentando se blindar, o militar afirmou que não sabia como os arquivos chegaram à imprensa e relatou que, naquele momento, sofria forte pressão emocional, financeira e profissional. Ainda assim, negou ter mentido ou alterado os fatos durante os depoimentos.

O que fica?

Mesmo com suas negativas e lapsos de memória, Mauro Cid admitiu o essencial: Bolsonaro teve acesso à minuta do golpe e interveio no seu conteúdo. Isso por si só pode configurar ato preparatório, cumplicidade ou, no mínimo, ciência da trama golpista. O ex-ajudante não participa diretamente, mas viu, ouviu e acompanhou. E, na Justiça, quem presencia também responde — especialmente quando ocupa um cargo com dever legal de informar.

Reflexões afirmativas:

❓Até que ponto a memória seletiva é estratégia de defesa ou pacto de lealdade?
❓Como manter a confiança nas instituições quando quem deveria zelar por elas silencia diante do golpe?
❓E o Brasil democrático — seguirá ignorando os sinais claros de tentativa de ruptura?

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