🎤 Festa, influência e desafios: o que revela a gestão de Elder Fontes em Itaju do Colônia
A gestão de Elder Fontes em Itaju do Colônia mostra força política e capacidade de mobilização com o FITAJU, articulações regionais e selo de transparência, mas ainda enfrenta grandes desafios em áreas essenciais como educação, saúde, infraestrutura contínua e sustentabilidade econômica para além da festa.
Por Lisdeili Nobre
7/21/20253 min read


🎤 Festa, influência e desafios: o que revela a gestão de Elder Fontes em Itaju do Colônia
Por Lisdeili Nobre
Se existe algo que Elder Marques Fontes entende, é de mobilização popular. O atual prefeito de Itaju do Colônia (PSD), estreante no cargo e também presidente da AMURC, já demonstrou que sabe fazer barulho — e não só no microfone de palco, como fez ao subir durante o show de Tierry neste final de semana no FITAJU, festival que marcou os 63 anos de emancipação política da cidade.
Foi uma festa grandiosa para um município de apenas 6.157 habitantes e PIB per capita na casa dos R$ 13 mil, com estrutura digna de cidade turística: palco principal, praça de alimentação organizada, segurança reforçada, ambulância de prontidão, ambulantes cadastrados e até inclusão de catadores de materiais recicláveis. Tudo isso — e aqui vai o ponto positivo — sob o selo de transparência do Ministério Público da Bahia, um feito que merece ser celebrado.
Mas se o FITAJU colocou a cidade nos trending topics regionais, a ausência do cantor Amado Batista, principal atração que não conseguiu pousar por conta de condições climáticas, também lembrou à gestão que grandes eventos dependem tanto de logística quanto de sorte. E, às vezes, é melhor apostar no que se pode planejar com antecedência e garantir.
🎯 Economia sazonal ou planejamento de longo prazo?
O prefeito Elder, como tantos outros gestores do interior, defende o festival como instrumento de entretenimento e vetor econômico. E, de fato, festivais movimentam a economia local: aquecem o comércio, geram empregos temporários, fortalecem o turismo e colocam o município no mapa. Mas é necessário reconhecer: trata-se de uma economia sazonal, que não sustenta, sozinha, o desenvolvimento contínuo da cidade — especialmente nos setores mais sensíveis da gestão pública.
Quando olhamos os números friamente, o entusiasmo precisa vir acompanhado de seriedade fiscal, planejamento e compromisso com a qualificação dos serviços públicos. A cidade arrecadou mais de R$ 51 milhões em 2024, mas os indicadores do IGM-CFA (Índice de Governança Municipal) revelam um cenário que exige atenção:
Educação: entre 25,56
Saúde, Bem-Estar: 47,28
Desenvolvimento Socioeconômico e Ordem Pública: 30,18
Ou seja, há um grande espaço para avançar na qualidade da educação, da saúde e da proteção social. Fazer festa é bom, mas melhorar as escolas e postos de saúde é essencial.
🌐 Da roça à AMURC: a ascensão política de Elder Fontes
Com formação em Direito, carreira como produtor rural e um estilo político conciliador, Elder Fontes foi eleito em 2024 com o discurso de "trabalho, fé e resultado". Em pouco tempo, conquistou projeção regional e hoje preside a AMURC (Associação dos Municípios da Região Cacaueira) para o biênio 2025–2026. Tem buscado parcerias com o Governo do Estado para obras de pavimentação, infraestrutura e eventos culturais como o FITAJU.
Sua influência começa a ultrapassar os limites do município. Elder representa um novo perfil de gestor municipal: equilibrando a tradição política familiar com a imagem do administrador técnico e moderno. Mas esse equilíbrio é desafiador — porque, enquanto distribui sorrisos nos palcos dos eventos, é cobrado nos corredores das escolas e nas filas das unidades de saúde.
📌 Entre os aplausos e os indicadores
Ninguém nega que a cidade pulsou com o FITAJU. Elder sabe, como poucos, entregar visibilidade, autoestima e orgulho à sua população. Mas agora, os palcos foram desmontados, os ambulantes voltaram para casa e Itaju do Colônia reencontra sua rotina — marcada por desafios concretos que não desaparecem com fogos de artifício.
Governar é mais do que realizar eventos de sucesso. É deixar legados duradouros, melhorar os indicadores sociais, e tornar a cidade um lugar digno para se viver todos os dias — não apenas durante três noites de julho.
Lisdeili Nobre é cronista, professora e analista de políticas públicas.
Coluna publicada no Portal Afirmativa.
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