📰 A ofensiva que mira o coração do Irã: o objetivo oculto de derrubar o regime dos aiatolás

Trump eleva o tom contra o Irã e escancara um objetivo estratégico: derrubar o regime dos aiatolás, colocando em risco a estabilidade do mundo xiita.

Por Redação Afirmativa Lisdeili Nobre | 17 de junho de 2025

6/17/20252 min read

As declarações recentes de Donald Trump trouxeram à tona um objetivo estratégico que, embora não assumido formalmente pelos Estados Unidos, parece cada vez mais explícito: derrubar o regime dos aiatolás no Irã. O alvo não é apenas o programa nuclear iraniano ou o apoio a grupos armados no Oriente Médio — mas sim a estrutura ideológica e teocrática que sustenta a República Islâmica desde 1979.

Ao afirmar que sabe “exatamente onde está o aiatolá Ali Khamenei” e chamá-lo de “alvo fácil”, Trump não apenas escalou a retórica militar, mas também sinalizou ao mundo um desejo de ruptura definitiva com a liderança religiosa xiita. Embora tenha dito que “não pretende matá-lo — por agora”, a mensagem é clara: a paciência americana está no limite e o regime iraniano está sob cerco político, militar e simbólico.

Uma guerra que transcende a geopolítica

Derrubar o regime dos aiatolás não significaria apenas uma mudança de governo no Irã. Implicaria quebrar o eixo de influência xiita em diversas regiões do mundo — do Líbano ao Iêmen, do Iraque à Síria — onde Teerã exerce forte poder estratégico e espiritual. Seria, portanto, uma guerra religiosa, ideológica e civilizacional, com impactos que poderiam inflamar milhões de xiitas em países onde são maioria ou minoria oprimida.

Por isso, analistas alertam: qualquer ação direta contra a figura do Líder Supremo pode desencadear reações em cadeia, desde ataques coordenados por milícias aliadas do Irã até manifestações violentas em países muçulmanos.

Por dentro da República Islâmica

A República Islâmica do Irã é um Estado teocrático, onde o poder máximo não está nas mãos do presidente, mas sim do Líder Supremo, escolhido entre os mais altos clérigos xiitas. Essa estrutura foi estabelecida após a Revolução Islâmica de 1979, liderada por Ruhollah Khomeini, substituindo a monarquia do xá por um governo regido pelos preceitos do Islã xiita.

O atual Líder Supremo é Ali Khamenei, 86 anos, figura central do sistema e considerado inquestionável por seus seguidores. Sua autoridade se estende a todas as esferas do país: militar, judicial, legislativa e religiosa.

📌 Afinal, o que é um Aiatolá?

O termo Aiatolá (do persa Ayatollah, "Sinal de Deus") é um título concedido a altos líderes religiosos do islamismo xiita, reconhecidos por seu conhecimento profundo da jurisprudência islâmica, teologia e ética. Eles são respeitados não apenas como guias espirituais, mas também como intérpretes da vontade divina na política e na vida pública.

No Irã, os aiatolás exercem poder formal, sendo o Líder Supremo a mais alta autoridade do país. Derrubar esse regime significaria, na prática, desmontar a espinha dorsal do xiismo institucionalizado — algo que pode incendiar o mundo muçulmano.