✊🏽 2 de Julho: a independência que saiu das mãos do povo baiano
O 2 de Julho é a verdadeira independência do Brasil, conquistada pelo povo baiano — mulheres, negros e indígenas que a história oficial insiste em deixar de fora.
Por Lisdeili Nobre
7/1/20252 min read


✊🏽 2 de Julho: a independência que saiu das mãos do povo baiano
Enquanto o Brasil comemora sua independência no dia 7 de setembro com tanques, marchas e discursos pomposos de Brasília, na Bahia a história real da libertação pulsa em outro ritmo — o do povo.
Em 2 de julho de 1823, não foi o príncipe regente, nem os gabinetes do Rio de Janeiro, que garantiram nossa separação de Portugal. Foi a resistência popular da Bahia, com homens, mulheres, negros, indígenas, e até crianças, que enfrentaram o Exército português nas ruas, nos becos e nas trincheiras do Recôncavo.
Uma independência negra, feminina e insurgente
O 2 de Julho é, na prática, a verdadeira independência do Brasil, porque marcou a expulsão definitiva das tropas colonizadoras. É também uma data que simboliza o protagonismo das minorias historicamente apagadas dos livros escolares, mas que empunharam armas, carregaram munições e marcharam por um país livre.
Teodora, Maria Felipa, Maria Quitéria — três nomes que representam o que deveria ser celebrado: a coragem feminina, negra e do interior baiano.
Mas o que vemos nas comemorações oficiais?
🎭 Festa, fanfarra e... palanque político
A Prefeitura de Salvador lançou uma extensa programação cultural: dança, música, teatro e cerimônias cívicas entre 28 de junho e 13 de julho. O tema de 2025 é “Eu sou o 2 de Julho” — uma boa tentativa de identidade coletiva, mas que ainda precisa ser acompanhada de memória histórica crítica.
Porque no meio das fanfarras e dos fogos simbólicos, também desfilam os partidos políticos e seus caciques, de braços dados com o marketing eleitoral. As festas juninas mal acabaram, e já vemos a transição dos trios elétricos para os trios de alianças políticas.
É legítimo que haja mobilização política nessa data. O que não se pode é reduzir a luta do povo à coreografia do poder.
📍 História é ação e continuidade
O 2 de Julho precisa ser mais do que uma comemoração: deve ser um marco de reflexão sobre quem são os verdadeiros protagonistas da democracia.
E fica a pergunta incômoda: se essa independência foi feita pelo povo, por que ainda somos governados por tão poucos?
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